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segunda-feira, junho 30, 2003

As cores do blog 

É muito fácil mudar as cores do blog.

Em "Template", aparece o código html da página. Reparem que há uma série de códigos de 6 algarismos - são os códigos das cores. Basicamente, cada bloco de cor é definido pelo background, pela cor, e pelos borders. Neste template, o mesmo do Desejo Casar, do Crítico e de mais alguns milhares de blogs, h1 define o bloco do título do blog e h2 os blocos dos títulos das mensagens. Color é a cor da letra e background a cor da barra. Experimentem mudar os códigos das cores (6 algarismos) - aqui podem ver os códigos das cores.

Também podem mudar o tipo de letra, o tamanho, etc.

E aqui está um manual de html.


Problema de xadrez - solução 

havia um rei (na Pérsia?), que estava já muito velho e um dos seus maiores tesouros era um tabuleiro e respectivas peças de xadrez, tudo feito em jóias valiosas. O rei tinha dois filhos. Prometeu oferecer o tabuleiro ao filho que aceitasse jogar uma partida por dia, durante metade dos dias que lhe restavam de vida (ao pai).

O primeiro filho desistiu dizendo que não fazia a mínima ideia de quanto tempo ainda o seu pai ia viver.
Mas o segundo filho aceitou. Como resolveu ele o problema?



R: O segundo filho do Rei, ao contrário do irmão, gostava muito de jogar xadrez.

Como o pai na família do FoxTrot. Mas este não tem a mesma sorte. É um desastre a jogar xadrez, enquanto que o filho é um sobredotado... Às vezes ainda consegue convencer a mulher a jogar uma partidinha, mas perde sempre. Torço sempre por ele, mas é um caso perdido.


Prazeres solitários 

arrebatadores
a vertigem da queda livre
o equilíbrio na onda gigante
o remate forte para o golo
a defesa em voo impossível
a curva afiada
da fuga para a vitória

eternos
o sol vermelho que flutua no horizonte
o cheiro da floresta depois da chuva
o sabor das cerejas que arriscámos apanhar
a árvore que sempre ali esteve
o rio que finalmente chega ao mar

há tantos prazeres solitários
e tão diferentes
arrepiantes
a melodia que atinge o coração
pacíficos
o gato que esquece a elegância
tão simplesmente estendido ao sol


Desinformação - o cavalo e o choque 

Com a intenção de eliminar a incerteza, procuramos uma ordem na complexidade das coisas.
Por vezes nem sequer existe qualquer ordem.

Se um cavalo, cada vez que toca uma campainha, receber um choque eléctrico de uma placa do chão do estábulo, passará a associar a campainha ao choque. Estabelece-se assim um reflexo condicionado: cada vez que ouve a campainha, o cavalo levanta a pata para evitar o choque. A partir desse momento, o choque pode ser desligado. O cavalo continuará a levantar a pata, e cada "sucesso" - não ocorrência do choque - aumentará a sua convicção de que levantar a pata é a acção correcta.


(baseado em "A Realidade é Real?" de Paul Watzlawick - Relógio d'Água, colecção Antropos)


domingo, junho 29, 2003

Problema - Coincidências 

Cinco pessoas encontram-se pela primeira vez.
Se duas delas forem do mesmo signo, isso será uma grande coincidência?


sábado, junho 28, 2003

Ao Firme 

o firme tem palavra
não volta atrás
nem é vira-casacas
o firme sabe o que quer
tão lúcido
nem se lembra de quando não soube
o firme tem personalidade
ordena
não vai com as outras
o firme é sólido
não desiste
nem se verga

o firme não ouve
não quer saber
tamanha é a certeza que tem
o firme não aprendeu
a aprender
sem quebrar
mas o firme vai descobrir
a profunda firmeza
da cedência superficial
e o firme acabará por ficar
sábio em vez de velho
teimoso como a mula

firme:
a dúvida sabe a maçã
prova
mas não te tornes
monótono como o yin


O segredo de Joe Gould 

Conheçam o sem-abrigo mais famoso de Nova Iorque e a sua enorme dedicação à escrita de "Uma História Oral do Nosso Tempo", obra que o poderá consagrar como o maior historiador do século. Joe Gould alimenta-se de garrafas de ketchup, dá-se com os pombos e anima sessões de poesia.

"No Inverno sou budista,
E no Verão sou nudista."


"O Segredo de Joe Gould" de Joseph Mitchell
Publicações Dom Quixote


15 minutos de fama 

O panoparamangas ecoa pela blogosfera. O posto de escuta registou o sinal de um blog resignado à sua condição primitiva. Oxalá este apelo chegue às viúvas ricas e generosas da blogosfera.


sexta-feira, junho 27, 2003

Superstição 

nos dados queremos ter sorte
um angstrom à esquerda
pode valer dois seis
mas valerá a pena
perder tempo a fazer pontaria?

é preciso que a alma não seja pequena
e convença os dados
a alma dos dados
como?
com um super-estar
um sopro
palavras mágicas
vontade de agarrar
maneira de atirar
aos dados é preciso saber levá-los
aos dois seis
ao quantum exacto do caos

só pode acontecer
se Deus não jogar aos dados
se a alma entender
zen


Obrigado 

à  A. que não tem blog. Gostei muito da brisa do mar e do punhado de raios de sol.


Problema de xadrez 

Como o meu blog é o modelo base, têm de comentar por mail. Queria ter comentários, imagens, música e jantes de liga leve. Por enquanto tenho os acentos todos. Podia ser pior.

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(da A. do abreasasas sobre o post do xadrez)

xadrez:

havia um rei (na Pérsia?), que estava já muito velho e um dos seus maiores tesouros era um tabuleiro e respectivas peças de xadrez, tudo feito em jóias valiosas. O rei tinha dois filhos. Prometeu oferecer o tabuleiro ao filho que aceitasse jogar uma partida por dia, durante metade dos dias que lhe restavam de vida (ao pai).

O primeiro filho desistiu dizendo que não fazia a mínima ideia de quanto tempo ainda o seu pai ia viver.
Mas o segundo filho aceitou. Como resolveu ele o problema?

(de um livro de problemas lógicos, não me lembro qual)



quinta-feira, junho 26, 2003

Recordar 

lembranças memórias
saudades recordações
há momentos que vamos lembrar
sabemos que sim
tudo é gravado
mas há coisas que ficam
para sempre

o sangue é a tinta
destes escritos
e quando o coração bate forte
a vida marca-nos
bem fundo

se algo nos é indiferente
nem nos apercebemos
só inconscientemente
dizem

mas por alguma razão
pode chamar a atenção
e fazer-nos olhar
ouvir e sentir
querer interagir
e ligar a electricidade
que faz a memória longa

e se nos leva alto
em espírito ou corpo
então as moléculas amigas
constróem uma miniatura do momento
uma cassete trifásica
de luz som e sentimento


"Eu sou uma bola de Berlim" 

Foi há quarenta anos, em visita a Berlim Ocidental, que Jonh F. Kennedy disse a sua frase mais famosa.

"Ich bin ein Berliner"
J. F. Kennedy - 26/06/1963


quarta-feira, junho 25, 2003

Beijinhos para a Ana 

(das Crónicas Matinais)
Obrigado pela simpatia e pela "magnífica" publicidade.


Tive um sonho 

felicidade a de ter um sonho
de ter mais outra vida
que a destinada
o nobel da arte ao inventor
do gravador de sonhos

quem não queria rever de dia
o que a alma disse de noite
haverá caleidoscópio que se compare?
conversas mais que diferentes
vertigens de fuga e queda
loiras e morenas tão boas
tão quentes tão nossas

o sonho diz o doutor
serve para nos adaptarmos
porque a vida parece que não
mas muda muito de um dia para o outro
custa menos porque o sonho engana
e assim o que é de manhã
parece que sempre foi

os melhores sonhos são de liberdade
como o do profeta rei dos negros
que ainda esperam a sua hora
e o do porco da quinta de orwell
que libertou os animais
a caminho de uma nova escravidão
o sonho diz o poeta gedeão
comanda a vida e esta avança


terça-feira, junho 24, 2003

Uma viagem ao coração do pensamento 

sobre "Zen and the Art of Motorcycle Maintenance", de Robert Pirsig



Uma viagem ao coração do pensamento




A longa viagem pelas estradas da América que envolve este livro é, na verdade, uma exploração do pensamento ocidental no século XX. A auto-consciência que resulta desta odisseia pode ser o ponto de viragem para novas formas de pensar, novas atitudes, na procura tanto da harmonia e da tranquilidade, como da qualidade e da excelência. "Zen and the Art of Motorcycle Maintenance" é um livro fascinante.

Na bagagem, uma preocupação: a profunda separação entre aquilo que o homem é, e aquilo que o homem faz. Simbolizada pela pressa com que o faz. Também uma pista: a repulsa pelo progresso tecnológico está no cerne desta desarmonia. É paradoxal que aquilo que o homem do século XX mais procura seja algo que ele considera feio.

Fundamental nesta exploração é o exame da ciência e da racionalidade, e a avaliação do verdadeiro valor dos dogmas da igreja da razão. Este exame começa pela contraposição de duas formas de perceber a realidade: uma romântica, artística, que apreende a aparência imediata; outra clássica, científica, que procura as formas e estruturas subjacentes. As pessoas tendem a pensar e sentir num dos modos, e a subestimar sem compreender o outro modo.

O clássico pega numa mão cheia de areia e procura os diferentes tipos de grãos, classificando-os em termos das suas cores, tamanhos, formas, etc. O romântico contempla a mão cheia de areia antes de qualquer ordenação. Chamando a atenção para a imensa paisagem da qual foi retirada a areia, Pirsig pretende conciliar estas perspectivas.


A estruturação das tarefas numa fábrica ou num governo evidencia a transposição da realidade clássica para a organização da produção. O esvaziamento do significado das tarefas de cada um é atribuído ao "sistema". Mas o verdadeiro sistema é a nossa forma de pensar, a nossa racionalidade particular. Precisamos de maior compreensão.

Pirsig critica o método científico, chamando a atenção para a sua fase mais misteriosa: a formação das hipóteses. De onde vem a quantidade infinita de hipóteses que podemos formular para resolver um determinado problema? E apoia-se nas palavras de Einstein, que considera que são a intuição e o bom senso que nos permitem aceder às leis do universo. A estrutura da nossa racionalidade não é tão emocionalmente e espiritualmente vazia como pensamos.

Segundo Kant, todo o conhecimento começa com a experiência, mas nem todo provém da experiência. Usamos conceitos "a priori", como o tempo e o espaço, que nos ajudam a tornar o mundo inteligível, não sendo fornecidos pelos sentidos. A realidade é um conjunto de conceitos "a priori", juntamente com os dados que os sentidos nos vão fornecendo a cada instante.

Na Índia, Pirsig é enriquecido pelo contacto com a filosofia oriental, em particular com a ideia da unidade entre o que uma pessoa é e aquilo que percepciona. Aquele que percebe a natureza ilusória da separação entre sujeito e objecto é um iluminado.

Distinguimos facilmente um artesão medíocre de um excelente. O artesão excelente não segue um conjunto de instruções. É um artista que vai tomando decisões ao longo do trabalho, em harmonia com a máquina. O problema da tecnologia é que está completamente desligada do espírito e do coração. Estando as nossas necessidades básicas satisfeitas, a nossa atenção passa para a crise espiritual, e a tecnologia é vista como a culpada.

As peças deste tremendo puzzle vão-se acumulando, assim como as poderosas metáforas que são o veículo dos ensinamentos de Pirsig. Mas a solução não está à vista. Quando dissolvemos material a uma temperatura elevada e arrefecemos, em seguida, a solução, o material pode não cristalizar. Não descobre como. Precisa de algo que catalize a cristalização, como um grão de areia. O grão de areia que originou o pensamento de Pirsig terá sido o comentário: "Espero que esteja a ensinar Qualidade aos seus alunos." Qualidade... Umas coisas têm mais do que outras, é certo. Mas não a conseguimos definir! O que é a Qualidade?




Numa passagem sobre o bloqueio dos alunos perante a necessidade de escrever, Pirsig ilustrou o vício da imitação e a necessidade de libertar os alunos para que olhem directamente para as coisas. A eliminação do sistema de classificações pareceu-lhe uma forma de o fazer. Nessa altura, a sua preocupação era a de ensinar Qualidade. Apesar de não conseguirem definir qualidade, os seus alunos distinguem os trabalhos com mais qualidade dos que têm menos.

Em resposta a um desafio, Pirsig chega à conclusão que a Qualidade não existe apenas na nossa mente, nem pode ser medida nos objectos, residindo na relação entre eles. E que a Qualidade não é uma coisa, mas um acontecimento no qual o sujeito se apercebe do objecto. A Qualidade cria o sujeito e o objecto! É esta a polémica alavanca da sua filosofia. A leitura do Tao Te Ching revela-lhe a semelhança entre a Qualidade e o Tao. A conciliação do pensamento ocidental com o oriental está próxima.

A busca da demonstração do quinto postulado de Euclides acaba por confrontar os cientistas com diversas geometrias possíveis, todas "verdadeiras". Com esta etapa no caminho para a teoria da relatividade, Pirsig exemplifica a necessidade de selecionar os factos a observar, os conceitos "a priori" e as hipóteses que usamos. Os objectos não são "verdadeiros", são convenientes, sendo seleccionados de forma inconsciente, com base na sua beleza e harmonia.


Pirsig suspeita que a raiz do ódio à ciência e tecnologia esteja no pressuposto de que estas são independentes dos valores e da Qualidade. Se subtraíssemos ao mundo a Qualidade, desapareceriam as artes, o desporto e muitos dos produtos que consumimos. Mas a ciência pura, a matemática, a filosofia e a lógica permaneceriam inalteradas! O problema da tecnologia aparece agora como um problema de indiferença, de ausência de Qualidade. A busca de Pirsig vira-se para a concretização prática do conceito de Qualidade, aplicando-o à manutenção da sua mota.

Uma situação problemática na manutenção de uma mota é o bloqueio. Perante uma solução que não funciona, bloqueamos. Não sabemos o que fazer! A excelência num mecânico reside no profundo entendimento da máquina, e da harmonia e flexibilidade com que lida com ela. Estas são características que a nossa racionalidade não percebe, por insistir cegamente na objectividade.

Na crista da onda da experiência está a realidade romântica. É a percepção imediata, pré-intelectual, que desencadeia a Qualidade, guiando o comboio da realidade clássica. Aquilo que tem valor, que tem Qualidade, promove o desenvolvimento do nosso conhecimento racional e estruturado. As emoções recuperam o seu papel. O valor passa a ser o guia da realidade, e esta deixa de ser estática, adquirindo uma dinâmica de busca permanente da Qualidade.

Em muitos carros, roupas e alimentos estilizados que consumimos, a beleza romântica é adicionada à funcionalidade clássica. Estas estão profundamente unidas quando a Qualidade é genuína. Os gregos consideravam que deveríamos rejeitar as paixões para entendermos a realidade. Pirsig devolve agora às emoções o seu papel.


Entusiasmo provém do grego "cheio de theos", cheio de Deus, ou Qualidade. A manutenção de uma mota exige a ultrapassagem de diversas armadilhas do entusiasmo. Há milhões de armadilhas diferentes, que nos enchem de frustração e fúria, roubando-nos o entusiasmo e impedindo-nos de prosseguir. Pirsig identifica três grandes grupos de armadilhas: as que bloqueiam o entendimento afectivo, chamadas armadilhas de valor; as que bloqueiam o entendimento cognitivo, chamadas armadilhas da verdade; e as que bloqueiam o comportamento motor, chamadas armadilhas musculares.

As armadilhas de valor são as mais frequentes, e, entre estas, a rigidez de valores. A incapacidade de reavaliarmos o que vemos bloqueia a aprendizagem, mesmo que o problema esteja à frente do nosso nariz. Além da teimosia, o orgulho, a preguiça, a ansiedade, o aborrecimento e a inpaciência são outras armadilhas do entusiasmo, bloqueadoras do entendimento afectivo.

Entre as armadilhas da verdade, inclui-se a limitação da nossa lógica binária de sim-não. A palavra japonesa "mu" sugere uma terceira possibilidade: a pergunta deve ser retirada porque a abrangência da resposta ultrapassa o contexto da pergunta. As armadilhas musculares são relativas à habilidade, natural ou adquirida, que pode ser limitada, por exemplo, pela falta de ferramentas adequadas ou pelo desconforto físico.




É paradoxal que as pessoas se sintam mais sós nos sítios onde estão mais próximas. Desanimado com a indiferença que domina as cidades, Pirsig procura explicações e soluções. A distância relevante é a psíquica, e nesta América dos aviões a jacto e da televisão as pessoas perderam a noção daquilo que as rodeia, talvez por os media as ter convencido de que que o que está á sua volta não é relevante. Não passa na televisão... Mas na América dos cavalos, das montanhas e do céu aberto, não se sente a solidão.

Para tornarmos o mundo um lugar melhor, devemos começar pelo nosso coração, cabeça e mãos. Valores individuais com Qualidade levam a valores sociais com Qualidade. Quando uma pessoa começa a fazer opções de qualidade, tentando fazer uma arte daquilo que faz, mesmo que seja um emprego aborrecido, vai-se tornando uma pessoa mais interessante. E a Qualidade propaga-se como uma onda, tornando o mundo um pouco melhor. Precisamos de um regresso à velha integridade, à confiança e ao entusiasmo.


Mas o que Pirsig perseguiu em tempos não foram estas opções de Qualidade, mas uma nova racionalidade, na qual se invertesse a hierarquia, passando a razão a subordinar-se à Qualidade.

Na Grécia antiga, os filósofos procuraram identificar o princípio imortal, do qual tudo derivava. Discutiam se seria a água, o ar, os números, o fogo, a mente ou a mudança. Nessa altura, Parménides estabeleceu a distinção entre o Bem e a Verdade, um referencial da disputa entre Platão e os sofistas. Os sofistas afirmavam que a verdade era relativa, "o homem é a medida de todas as coisas". O ideal de Verdade, que surge na Grécia pela primeira vez, encontrava-se ameaçado, e Platão defendeu-o vigorosamente.

O que movia o herói épico da Grécia era a "areté", um sentido de dever para com ele próprio, a virtude, a excelência. Conceito semelhante ao indiano "dharma". Qualidade, virtude, "dharma", "areté", excelência. Os sofistas ensinavam Qualidade! O princípio de tudo.


Na universidade, a análise de um texto de Platão fá-lo perceber que a Qualidade não interessa à igreja da razão, que rejeita os sentimentos na sua busca incompleta da verdade. Percebe também que ninguém precisa de aprender o que é a Qualidade. Toda a gente sabe o que é, e qualquer tentativa de definição acaba por aprisioná-la. Que inglória a sua missão...


Apesar de tudo, a viagem acaba de forma maravilhosa. Desperto para a beleza da paisagem e para a harmonia entre a mota e a estrada, Pirsig sabe que as coisas vão melhorar.



(Maio 2003)





segunda-feira, junho 23, 2003

S. João 

hoje é noite de S. João
no Porto há festa
e que festa
primeiro as sardinhas e o caldo verde
depois as ruas cheias
de alegrias e reencontros

marteladas a torto a direito
(os antigos rufias usam alho-porro)
balões que sobem sobem sobem
e muitos foguetes na ribeira
mesmo que o rio não queira

as tias dançam no baile pimba
tanta luz às cores - que festival
um órgão que toca sozinho
e a cantar o verdadeiro artista
serafim da radio tv disco e da cassete pirata

obrigado pela vida santa que viveste
para hoje podermos pecar

Viva o S. João!


Xadrez 

o jogo dos reis
o rei dos jogos
terá vindo da índia
passado à pérsia
arábia e ibéria
quem sabe?

diz-me como jogas
dir-te-ei quem és
aplica-se sem dúvida

estratégia táctica hábito faro
jogada calma ou impetuosa
yin ou yang
podes ser leão
macaco, serpente ou coelho
pelo xadrez vejo
o teu signo
melhor do que pelos astros

campeão é o elefante
esse gigante determinado
trabalhador inteligente
sabedor

cuidado com o triste deep blue
perigo electrónico
que ensinámos a fazer o roque
ele vive?


domingo, junho 22, 2003

GOLO! 

portugal perdia na final
tinha passado o torneio no banco
ontem entrou a dez minutos do fim

deram-lhe a bola
rematou com tudo
para o golo
para a vitória
eufórico
daquela euforia
de gritar
saltar
rasgar
ajoelhar
socar
esmagar
de pontapear o ar
para libertar
a raiva
que se transforma
numa gargalhada
e ficar a rir
a bom rir


a moda das cristas 

chegaram as cristas
a rebeldia latente
faz pensar diferente
e querer dar nas vistas

a crista do mohawk
símbolo índio de pureza
união com a natureza
gerónimo dá o mote

vamos lá sentir
que vai mudar tudo
com um golpe de judo
o melhor está para vir


Blogar é fixe 

blogar é fixe
quem bloga
seus males
...
afoga!



sábado, junho 21, 2003

Sona Maria Alice 

no reino do comércio tradicional
uma espécie que vai sobrevivendo
a mercearia

lá custa tudo menos de um euro
boa fruta
saborosa, variada e portuguesa
latas
de tudo e mais alguma coisa
caprisonne
tulicreme
frisumo
cola-cao
todos esses produtos que julgávamos extintos
e diálogos entre sonas

sona maria alice, onde está a água?
ó sodona maria luísa nem parece seu
há tantos anos que faz compras aqui
e ainda não sabe onde estão as coisas!


Amin Maalouf 

no blogue sobre Samarcanda
incluí um link para os livros de amin maalouf
mas na página da mediabooks
falta uma obra excelente
Leão, o Africano

em crítica na rede,
estão críticas dos livros
O Périplo de Baldassare e
As Cruzadas Vistas Pelos Árabes
o primeiro ainda não li
o segundo muito interessante
ficamos a conhecer a história
faz falta
ainda por cima
segundo a perspectiva do "inimigo"

é importante compreender
pelo menos tentar
os árabes


Harry Potter 

e não é que ainda não li
um único harry potter
preconceito?
os livros devem ser bons
a miudagem gosta tanto

talvez nas férias faça
uma leitura mágica
provavelmente
leio meia dúzia de páginas
e largo



Samarcanda 

vou descobrindo mais um livro
de amin maalouf
samarcanda

começa com omar khayyaam
o poeta, filósofo e matemático persa
perseguido
a filosofia não costuma ser benvinda
pelas autoridades

mata esfola
alquimista!



sexta-feira, junho 20, 2003

Janine 

deve dar para pôr música no blogue
tenho de descobrir como
imagens sei que dá
mas como?

já não vai ser hoje
sexta à noite
vou procurar a janine
"i´m helpless for your smile..."


Estreia 

começo o pano para mangas ao som de david bowie
bowie at the beeb - bbc radio sessions 68-72

um disco fabuloso
ao vivo


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